sexta-feira, 2 de maio de 2008

FILOSOFIA DO COMPLEXO

Desenvolvida a partir da complexidade existente no pensamento em sistemas, tem sido desenvolvida por muitos pesquisadores ao redor do mundo [1] ; buscamos linhas alternativas de desenvolvimento à linha teórica dos sete saberes, sem nos afastarmos muito dos ritmos tradicionais em curso atualmente. Observamos nos dias atuais, certo nível de desconhecimento ao nível do senso comum; o que têm produzido muitas distorções dos conceitos ligados à teoria da complexidade (complexidade - terceiro incluído e níveis de realidade).
Fora do âmbito acadêmico, muitos curiosos têm se fundamentado em uma dicotomia recessiva, que vem misturada a uma espiritualidade (?) duvidosa, e sem critério algum; o que termina por produzir uma pseudociência, que em ultima ratio, presta um desserviço aos precipícios filosóficos contidos na transdiciplinaridade (e mesmo na própria teoria da complexidade).
A intrepidez e o espanto (thauma), são atitudes características do pensamento filosófico, entretanto, deve-se ter cuidado com a insensatez demonstrada pelos ditos "pensadores livres" ou leigos; os quais se dizendo livres das amarras e das cadeias dos 'senhores' do saber, têm eles mesmos contribuído para a difusão do pensamento estático que (hegemonicamente) alguns 'formadores de opinião', estrategicamente, têm divulgado.
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Complexidade Hay dos modos de conciencia:
Una es luz, y otra paciencia.
Una estriba en alumbrar
Un poquito el hondo mar;
Otra, en hacer penitencia
Con caña o red, y esperar
El pez, como pescador.
Dime tú:¿cuál es mejor?
¿Conciencia de visionário
Que mira em el hondo acuario
Peces vivos, Fugitivos,
Que no se pueden pescar,
O esa maldita faena, de ir arrojando a la arena,
Muertos, los peces del mar?
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Antonio Machado in Morin (2007)

TRIBUTO À COMPLEXIDADE...
O verdadeiro desvelo da essência da perplexidade consiste não em reduzir-se o problema a uma base simples por meio do método, mas em assumirmos que a complexidade constitui ela própria, a base do problema, e que por fim se apresentará ela mesma incluída numa solução possível. GOMES, WT. (2006)

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A partir deste artigo passaremos a desenvolver aqui, reflexões a respeito da filosofia do complexo, sem nos esquecermos da importância da dialética do concreto, para a desconstrução da realidade. Buscarei reconstruir dentro do possível o movimento que dicotomizou o pensamento ocidental, a partir de Platão e Aristóteles; passando pelo tomismo, humanismo, reforma, culminado com a ascensão do pensamento cartesiano; tentarei refletir criticamente sobre a reorganização do neoplatonismo a partir de Cósino, o velho no século XV, mestre de Lorenzo, o Magnífico, e que reconheceu a necessidade de se recuperar a ancoragem dos universais; da transcendentalidade em contraposição a "imanência" restrita [2] (congelante) do pensamento dicotômico; e como a tentativa de se alcançar uma unidade racional entre esses dois pensamentos produziu o mais nocivo conjunto epistemológico conhecido e que precisa ser superado... nós propomos duas linhas, reparar a pureza do pensamento e a complexidade da existência.

Wilson T. Gomes

[1] Umberto Maturana , Von Foerster, Niklas Luhmann, Von Glaserfield, Jean-Louis Le Mogne, Francisco Varela, Edgard Morin entre outros.
[2] A contradição entre imanência e restrição foi proposital. O autor.

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